Desafiado por um amigo, o Adelino Silva, o mesmo que à uns anos me desafiou para irmos fotografar as Cabras Montesas ao Gerês, fomos tentar encontrar e fotografar Veados por perto de Rio de Onor, no Município de Bragança.
Saímos cedo, 4 da manhã, não fomos com interesse turístico na zona habitacional, que tem na sua aldeia o interesse maior, com visitantes em bom número por lá, tem os seus encantos e transporta-nos para outros tempos, mas apenas passamos e seguimos para a serra.
Uma terra com montanha, com zonas de baixa vegetação, pinhais, terrenos mais húmidos ou lameiros encaixados nos vales, rica em biodiversidade e de muito interesse para quem gosta de desfrutar da natureza. Um local que chama para novas visitas. Tem acessos razoáveis em estrada de terra batida ao interior das florestas ou com vistas mais desafogadas sobre a paisagem.
Chegamos vindos de Espanha, visto ser mais rápida a viagem saindo de Barcelos, encostada à aldeia de Rio de Onor está Rihonor de Castilla, uns dez kms antes e ainda de noite avistamos os primeiros Veados ou Corsos, não consegui identificar porque passaram dois a correr em frente ao carro e apenas nos surpreenderam com a sua passagem, a a partir dali, olhinhos abertos.
Já para cá e depois de passar-mos pela aldeia uns kms..., após uma primeira incursão por um caminho em terra batida, a dada altura passam á frente uma vara de javalis, mais de dez, talvez perto de 20, paramos e aguardamos a sua passagem, seguimos e entrando num pinhal, ouvimos os Veados, em duas zonas distintas e a umas centenas de metros, fizemos aí uma paragem e apercebo-me de javalis a passar o caminho novamente, deduzo que a mesma vara de javalis que vimos uns minutos antes. Fomos numa carrinha comercial e não era propriamente o melhor veiculo para descidas em terreno que não conhecíamos, voltamos ao alcatrão.
A dada altura ao fundo da rua vemos dois veados, uma mãe e a sua cria, e elas atravessaram, aproximamos-mos e reparamos que tinha mais mas estavam no meio da vegetação. O tamanho da vegetação é perfeito para eles se ocultarem, mesmo sendo uns animais com um porte razoável, desaparecem rapidamente.
Descemos mais um pouco pela estrada e apercebo-me de um veado macho que nos olhava, parado, numa zona mais aberta, atento, estava a alimentar-se e nesse momento percebi que eles dão conta da nossa presença muito mais cedo que nós a deles, permitiu algumas fotos e depois seguiu no sentido da restante manada, reparamos num pequeno pinheiro que tinha sofrido com as hastes, provavelmente do veado que tínhamos visto. Fotografar na primeira luz do dia, entre ter o elemento ao sol ou à sombra faz muita diferença.
Pela hora de mais sol, é difícil de os ver, o melhor é comer e encontrar uma sombra e esperar pelo final da tarde, depois aguardamos por um bom tempo junto a um terreno onde achamos que poderiam no final do dia surgir, visto ter indícios da sua presença, mas não fomos felizes e iniciamos o regresso. Voltamos seguindo em direção a Bragança e depois Barcelos.
O meu amigo, e espero que não se importe que diga, tem em frente da sua carrinha uma camara que faz gravação de vídeo continua, sempre que o veiculo está em movimento ou com o motor a trabalhar, grava. Gravou a passagem dos javalis, aguardo pela confirmação e identificação de outras imagens, sendo a mais importante para mim a de um Lobo, por vezes os olhos veem aquilo que sonhamos, e espero não me ter enganado quendo vi um Canídeo a atravessar a estrada à nossa frente a uns 100m, ainda a terminar a curva, não me pareceu uma raposa e a ideia de ter visto um lobo foi a que tive, espero que depois de ver as imagens num monitor maior se consiga tirar a dúvida, e que tenha gravado com qualidade suficiente ...
Foi um excelente dia na Natureza num local fantástico como muitos outros que temos neste nosso Portugal. Ficam as imagens que acompanham este texto.