domingo, 21 de outubro de 2018


Cabra-montês (Capra pyrenaica)

Tinha desafiado um amigo em irmos tentar fotografar a Cabra-montês ao Gerês à uns 3 ou 4 anos, e não foi por falta de memória, pois ele lembrava-me dessa ideia todos os anos, mas por diversas razões ia adiando, este ano voltamos a falar nessa "expedição" e marquei um sábado para irmos, caso nada surgisse que nos impedisse íamos ao Gerês saber das Cabras.
  Não podíamos ir serra adentro sem saber onde anteriormente  tinham sido avistadas ou onde essa probabilidade seria maior, assim contactei três amigos que por lá já as viram e com mais frequência por lá andam.
  Tendo em conta que com equipamento, água e um reforço alimentar, teríamos que carregar algum peso, a ideia foi encontrar um percurso que fosse o mais curto possível, e mediante as informações que recebi dos meus amigos, procurei um trilho marcado com GPS que passasse perto dos locais mencionados, como no nosso caso o conhecimento do terreno era zero e não teríamos companhia de quem conhecesse aquela parte da serra, recorremos ao GPS.
   Cerca de 9km de percurso, nos primeiros 4km vimos muitos vestígios de animais (dejectos) e vegetação calcada, mas nem uma vaca vimos, já estava a pensar que ia ser uma volta só de caminhada, olhava com os binóculos  os formações rochosas que se erguiam em volta e nada, que linda é a paisagem do Gerês mas onde estão os bichos? perguntava ...
  O meu amigo tem também como hobby o Geocaching, e aproveitou para "fazer umas caches", o percurso era circular, e quando começamos a descer descubro as cabras no alto duma formação granítica num local impossível para o homem chegar sem meios e técnicas de montanhismo, foram feitas as primeiras imagens em contra luz e dando evidencia ao perfil dos animais na rocha, descemos mais uns 150 metros para tentar ver com a luz mais favorável, e nada de cabras, tinham desaparecido!, descobri então a uns 300 metros e do lado oposto ao que procurava-mos um rebanho com umas 30 a saltar pela encosta rochosa e em fila, um grupo de machos à frente seguidos de fêmeas e juvenis e no fim mais alguns machos..., estávamos longe e dada a velocidade a que se deslocavam nem valia a pena tentar uma aproximação directa, mesmo porque o rebanho mantinha um andamento constante, pela direcção que tomavam iriam passar por onde nós já tínhamos estado, voltamos a subir com a rapidez possível de quem levava uma mochila com algum peso às costas e deparamos com as primeiras a passar a uns 40 metros, repararam em nós e permitiram que a alguma distância as fotografasse-mos, umas mais afastadas outras mais próximas lá as acompanhamos por mais meia centena de metros, algumas resolveram subir para se sentirem mais seguras e olhavam de cima curiosas e de vez em quando ouvia-se um curioso sibilar que penso ser de alarme, outras deixavam-se fotografar mas sempre com as devidas distâncias, depois de algum tempo  pareciam saber que não éramos um perigo maior para elas e pararam a observar, fizemos alguns registos. 
   Continuamos a descida e deparamos com um grupo de Garranos a pastar, continuamos e voltamos ao ponto de partida, entretanto depois de mais um reforço alimentar, fomos para outras paragens e tivemos a sorte de passar perto de mais una manada de Garranos bem bonitos, que se afastaram a galope, à frente ia um mais escuro de bom e elegante porte, seria o garanhão  e chefe da manada.
  E assim foi a saída ao Gerês na companhia do Adelino Silva, ficou cumprida a intenção de fotografar a Cabra-montês.





  

   
   

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